Minha segunda investida aos Quatro Mil foi para a região de Briançon, França, onde está localizado a porção dos Alpes que fica mais ao sul, com um imponente conjunto de montanhas formado pelo Pelvoux (3.946m), Ailefroide (3.954m) e Meije (3.983m), coroados pelo Dome de Neige des Écrins (4.015m) e pela Barre des Écrins (4.102m).

Todas montanhas imponentes e de grande verticalidade, com rocha de ótima qualidade que atraem escaladores do mundo todo, um verdadeiro “Yosemite”, marcado por difíceis conquistas realizadas por Bonatti, Boivin e Gabarrou, em um ambiente selvagem, livre de teleféricos e trens de cremalheira.

No belo camping de Ailefroide, repleto de escaladores, encontrei meus amigos italianos Filippo Cazzulani e Mirko Marchisio, para logo seguirmos até o final da estrada, Pré de Madame Carle (1.800m), de onde iniciamos nossa caminhada rumo ao Refúgio des Écrins (3.175m), quatro horas sob nuvens negras e ameaças de chuva.

Filippo voltou para o camping e às quatro da madrugada segui com o Mirko rumo a base da imponente parede que teríamos que superar, já totalmente livre das nuvens e iluminada pela lua minguante.

A escalada da parede está quase sempre ameaçada pelo risco de avalanche, de fato entramos nela ao lado de gigantescos blocos de gelo recém despencados, cruzando algumas gretas, mas curtindo uma bela noite que logo foi dando lugar a mais um dia inesquecível na minha vida, graças a beleza das montanhas ao redor e a um clima perfeito, como nos havia confirmado a previsão do tempo.

Chegamos no cume do Dome de Neige (4.015m) logo ao amanhecer sem muito esforço, da mesma maneira que aproximadamente umas outras 60 pessoas que partiram mais ou menos ao mesmo tempo que a gente do refugio, mas deste total, além de Mirko e eu, apenas duas outras cordadas (quatro pessoas) seguiram rumo ao ponto mais alto do maciço.

A escalada da Barre des Écrins (4.102m) não é difícil, um terceiro/quarto grau em rocha, com passagem em misto com até 50º de inclinação, mas por uma crista bastante aérea e exposta, que exige habilidade dos alpinistas e cerca de hora e meia de esforço. Mais difícil que a subida é a descida, que assusta os menos experientes, pois se faz desescalando, com possibilidade de rapel apenas no final.

Quando se tem 82 montanhas pela frente, não se pode perder tempo. Descemos rapidamente do cume e voltamos para o camping para comer um bela pasta preparada pelo Filippo. No mesmo dia voltei para a minha base dos Alpes que fica em Aymavilles, Aosta, aonde cheguei às 23 horas sob forte chuva e trovadas, graças ao conforto e a facilidade em pilotar o Audi Q7.

Vídeo da escalada dos Les Écrins, inscreva-se, dê o seu like! https://youtu.be/9cXWnrphgLI

Estamos apenas no início, 11 Quatro Mil já foram escalados, faltam 71 !

Em breve novidades!

Super abraço!