País: Rússia, próximo da fronteira com a Geórgia.

Escalada em: 17 de julho de 1996.

Junto com: em solitário.

Rota percorrida: Normal.

Dificuldade: PD, pouco difícil.

Tempo estimado: 2 a 3 dias, após aclimatação prévia.

Época adequada: julho e agosto.

Acesso: vôo de Moscou até Mineralnie Vody, depois 200 km por estrada até Terskol.

Equipamento necessário: completo de alta montanha, botas duplas, grampões e piolet.

A Escalada:

O Elbrus, com 5.642m de altitude, é a maior montanha da Europa. Está situado no sul da Rússia, no Cáucaso, uma cadeia de montanhas entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Surpreende ao ser indicado como a maior montanha da Europa, título dado pela maioria ao Mont Blanc (ponto culminante dos Alpes Europeus, com 4.807m).

O fascínio de escalar a maior montanha da Europa começa por Moscou, depois é preciso pegar um avião até Mineralnie Vody. O destino seguinte é o vale do rio Baksan, onde se consegue chegar de táxi ou ônibus. São cerca de 200 km até uma pequena vila no alto deste vale chamada Terskol, a 2.130m de altitude.

Havia lido que o Vale Baksan era um grande centro turístico, mas o que acabei encontrando, em 1996, foram estações de esquis abandonadas, hotéis destruídos e uma população assustada. O motivo era a guerra da Chechenia, que estava se desenvolvendo a pouco mais de 400 km do Elbrus.

O Elbrus é um vulcão extinto, e como todo vulcão tem suas encostas suaves, devido ao derramamento da lava. Não oferece dificuldades técnicas, comparado aos seus vizinhos do Cáucaso. Possui uma pista de esqui em suas encostas e está equipado com teleférico até os 3.800m (ainda que todos os equipamentos fossem muito precários e visivelmente sem manutenção).

É a montanha onde mais vi lixo até hoje, muitas ferragens abandonadas, cabos de aço, e perto dos refúgios lixo de toda a espécie, principalmente grande quantidade de latas. Para se chegar até o cume basta um par de bastões de esqui, botas duplas e grampões. Mas é preciso estar bem aclimatado, pois são 5.642m. A partida para o cume pode ser feita do local onde existia o Refúgio Priut II, a 4.100m, que infelizmente foi destruído por um incêndio.

Mesmo não estando bem aclimatado, resolvi partir em direção ao cume apenas um dia depois de chegar ao Priut II. Alpinistas russos me disseram que o tempo já estava bom havia dez dias e que já começavam os sinais de mudança, motivos suficientes para eu me apressar.

A subida foi tranquila até cume, acompanhado por um jovem alpinista russo. Enfrentei a maior dificuldade logo após a “Garganta”, uma grande plataforma a 5.200m, entre os dois cumes do Elbrus. O cume mais perto é o Leste, com 5.622m, mas o mais alto é o Oeste, com 5.642m. Enquanto superava uma pequena rampa de 45 graus de inclinação, via que outros alpinistas preferiam ir direto ao cume Leste.

A chegada ao cume do Elbrus foi emocionante, o tempo estava bom e uma linda vista podia ser contemplada. Era o dia 17 de julho de 1996, pela primeira vez um brasileiro chegava ao ponto mais alto da Europa.