O Makalu, com 8.463 metros de altitude, é a 5ª maior montanha do mundo. Está localizado na fronteira do Nepal com a China (Tibete), apenas a 22 km a leste do Everest.

É um pico isolado cuja forma lembra uma pirâmide de quatro faces, considerado uma das mais difíceis montanhas de se escalar do mundo, mas também uma das mais fascinantes e bonitas entre as 14 com mais de 8 mil metros de altitude.

Foi escalado a primeira vez no dia 15 de maio de 1955 pelos franceses Lionel Terray e Jean Couzi. Até 2008 aproximadamente 250 alpinistas haviam chegado ao seu ponto mais alto.

Waldemar Niclevicz e Irivan Gustavo Burda fizeram uma tentativa de escalar o Makalu em 2007. Com recursos limitados, devido a falta de patrocínio, e também em razão da grande quantidade de neve, chegaram até os 7.800m de altitude. Foram os únicos alpinistas a tentar superar os 8.463m do Makalu em 2007.

Em 2008 a situação foi completamente diferente: devido à proibição das escaladas das montanhas chinesas (Everest face norte, Cho Oyo e Shisha Pangma) (segundo o governo chinês, em razão da subida da tocha olímpica ao topo do Everest), um número maior de alpinistas visitaram as montanhas do Nepal, para o Makalu foram 12 equipes, praticamente 80 pessoas.

Tanto em 2007 quanto em 2008, A EXPEDIÇÃO BRASIL MAKALU foi genuinamente brasileira, chefiada e organizada por Waldemar Niclevicz, em parceria com o também paranaense Irivan Gustavo Burda. Foram realizadas durante os meses de abril e maio, primavera no Himalaia, época mais propícia para o sucesso da escalada.

Waldemar e Irivan, aproveitando da experiência adquirida na tentativa de 2007, mudaram alguns aspectos estratégicos para a expedição de 2008. A grande mudança foi a aproximação ao acampamento-base de helicóptero, economizando assim cerca de 10 dias de expedição (pelo menos 16 contando com o retorno) e deixando de se realizar uma caminhada de 106 km.

O helicóptero deixou a equipe a 4.800m, no chamado Acampamento Hillary ou Acampamento-base Sul do Makalu, o verdadeiro acampamento-base está a 5.700m, 8 km acima, de lá é que foram feitas as investidas ao Makalu, através da Crista Noroeste e Face Norte, a rota de escalada mais acessível, a mesma usada pelos conquistadores franceses, em 1955.

Para se chegar ao alto do Makalu (8.463m), foram montados três acampamentos superiores, C1 (6.760m), C2 (7.450m) e C3 (7.900m).

Com o objetivo de adaptar o organismo ao ar rarefeito (aclimatação), em 2008 foi realizado uma pequena viagem a Bolívia, às vésperas da partida para o Himalaia. Irivan e Waldemar ficaram em um refugio de montanha situado a 4.700m de altitude, de onde escalaram o Cerro Huayna Potosi (6.088m), no dia 6 de abril.

Voltaram para o Brasil dia 8 de abril, e logo no dia 10 partiram com destino a Bangkok, passando por Paris, e então seguiram até Kathmandu.

O início da expedição foi marcado por um sério acidente, no dia 19 de abril, quando o helicóptero que levava parte da equipe e equipamentos, se espatifou no Hillary Camp (4.800m). Felizmente ninguém se machucou. Passado o susto a equipe deu prosseguimento ao cronograma da expedição, seguindo para o acampamento-base (5.700m), de onde de fato se deu o início da escalada.

Junto com Irivan e Waldemar, compartindo custos, estavam na mesma equipe mais sete alpinistas. Logo ao chegar ao acampamento-base o colombiano Marco Arango contraiu um edema pulmonar e foi obrigado a desistir da escalada, retornando para Kathmandu. Assim os que reuniram esforços para superar o Makalu foram, além de Waldemar e Irivan: o alemão Ralf Dujomovits (que já havia escalado 12 dos 14 Oito Mil); os espanhóis Rafael Sanches de La Coba e Carlos Soria (que já havia escalado 7 Oito Mil); o colombiano Fernando Gonzáles Rubio (que já havia escalado 7 Oito Mil); o equatoriano Santiago Quintero (com 1 Oito Mil); e o argentino Carlos Hernan Wilke (com 1 Oito Mil).

O espanhol Rafael não se adaptou bem ao ar rarefeito, ficando apenas no acampamento-base, mas sua participação foi fundamental no apoio para os alpinistas, coordenando através do rádio a comunicação entre as equipes de ataque, além de cuidar do bom funcionamento do acampamento-base.

A equipe, sempre muito unida, foi um dos pontos fortes da expedição, Waldemar acredita que era a melhor e a mais experiente equipe que estava enfrentando o Makalu em 2008, com exceção de Arango e Rafael, todos atingiram o topo do Makalu.

Outras duas equipes estavam muito bem preparadas, uma coreana e outra inglesa, que chegaram praticamente um mês antes no Makalu, e adiantaram o trabalho de abrir o caminho, fixando cordas até o Makalu La, colo que fica a 7.400m de altitude. Esse trabalho acabou poupando muita energia da equipe dos brasileiros, que acabaram tendo que se preocupar apenas com a chegada ao cume, que foi minuciosamente planejada levando em consideração as previsões meteorológicas que eram recebidas a cada seis horas via satélite.

O resultado não poderia ser outro, o dia definido para a chegada ao cume, 11 de maio, simplesmente foi o melhor da temporada de 2008, totalmente ensolarado e praticamente sem vento. Quase todos chegaram ao cume neste dia, contemplando um belo e denso mar de nuvens que se estendia por volta dos 7.000m de altitude. O argentino Hernan acabou retornando ao seu acampamento no dia 11, por estar sentindo muito o frio, mas no dia seguinte fez nova tentativa com outros espanhóis e também chegou ao cume.

Na descida, o equatoriano Santiago contraiu um edema cerebral, acabou sendo resgatado por Hernan e mais dois sherpas, chegou ao acampamento-base exausto, mas felizmente sem nenhum problema grave. Outro problema comum nesta temporada foram congelamentos, devido ao frio intenso. Houve a morte de um nepalês (sherpa), no Makalu La, provavelmente devido a um edema cerebral.

O Makalu foi o 7º Oito Mil para o Waldemar, e o 3º para o Irivan!