Escalada em: 26 de maio de 2004.

Junto com: o espanhol Aritza Monastério.

Rota percorrida: Face Leste.

Dificuldade: D, difícil, 650m IV 60º.

Tempo estimado: uma a duas semanas, após aclimatação prévia.

Época adequada: maio a setembro.

Acesso: da cidade de Huaraz (3.050m) 108 km  por estrada até Chiquian (3.400m) + 25 km por estrada até o povoado de Llamac (3.250m).

Aproximação: de Llamac (3.250m), caminhada de um dia até as margens da Laguna Jahuacocha (4.100m) (acampamento-base).

Equipamento necessário: completo de alta montanha e escalada em gelo.

A Escalada:

Fizemos a escalada do Rasac antes de fazer uma tentativa ao Yerupajá. O caminho ao Rasac é o mesmo que se faz para se chegar à base da face oeste do Yerupajá (no lado oposto, leste, está o Rasac).

Desfrutar de toda a beleza de Huayhuash não é fácil, o esforço exigido é imenso, os desníveis são acentuados e o tempo é instável.

Desde o acampamento-base situado no lado superior da Laguna Jahuacocha (4.100m), uma difícil subida em razão das pedras soltas, nos levou até o alto de uma morena, onde instalamos o Acampamento 1 (5.100m) (também chamado Campo Morena), justo antes de entrar no glaciar.

Do Acampamento 1, entra-se no glaciar contornando uma grande rimaya pela sua direita, segue-se até o centro da base da face oeste do Yerupaja, porém mais para à direita, lado do Rasac, para evitar as avalanches, onde se monta o Acampamento 2 (5.400m).

Pode se dizer que o Rasac é uma das montanhas mais acessíveis de toda a Cordilheira Huayhuash, mas isso não significa que a sua escalada é simples ou fácil. Era mais fácil há mais de 30 anos, quando sua parede leste estava totalmente recoberta por um belo glaciar, mas atualmente essa parede é praticamente de pura rocha.

Aritza e eu fomos procurando os trechos menos inclinados do paredão, mesmo assim enfrentamos trechos de até 60º de inclinação no gelo, além de delicadas passagens de 3º e 4º grau de dificuldade em rocha, algo considerado simples para um escalador experiente, mas devido a grande quantidade de rochas soltas, quebradiças, foi também algo inseguro e nervoso várias vezes, porque o paredão é alto, ou seja, 650 metros, um escorregão poderia ser fatal. Um grande fator para a nossa insegurança é que estávamos usando botas para gelo, que oferecem pouca sensibilidade quando se está escalando sobre rocha.

A rota que fizemos não era nenhum caminho definido, fomos subindo por onde achávamos melhor, fazendo as paradas em grampos que fincávamos no gelo ou nas fendas da rocha. Mas a rocha era muito, muito podre mesmo, se quebrava facilmente, por isso sabíamos que não podíamos cair. Assim foi um alívio chegar na crista no topo da parede e seguir para o cume.

Depois de 8 horas de subida, lá veio a longa descida, um total de 7 horas. Desescalamos vários trechos e fizemos um total de cinco rapéis, o último já ao anoitecer, no meio de uma leve nevasca.

Nosso esforço tinha valido a pena, havíamos cumprimos o objetivo de adaptar nosso organismo a altitude e observar com muita atenção a face oeste do Yerupajá, que se levantava imponente bem na nossa frente.

No Yerupajá infelizmente desistimos das escalada, quando já havíamos superado cerca de um terço da sua parede de 1.200m de altura, devido ao excesso de neve.