Escalado em: 23 de janeiro de 2015.

Junto com: o peruano Edwin Espinoza.

Rota percorrida: Normal ou De Agostini.

Dificuldade: AD+, assaz / suficientemente difícil superior. Rota sobre glaciar com dois pontos chaves, a subida da parede que leva a crista noroeste (trecho final com 70o) e a escalada final do cogumelo de gelo do cume (com trechos que podem chegar a 90o de inclinação).

Tempo estimado: 5 dias com tempo bom.

Época adequada: de dezembro a fevereiro.

Acesso: desde a cidade de Cochrane, região de Aysen, no sul do Chile, são cerca de 60Km por boa estrada de terra até a entrada do Fundo San Lorenzo; após a entrada do Fundo ou Fazenda San Lorenzo, a estrada é precária e apta apenas para veículos 4×4, este trecho pode ser percorrido a pé, são cerca de 3Km, até a casa de Sr. Luis Soto, proprietário do lugar, onde existe à disposição um confortável camping com chuveiro quente e área para cozinhar. A Família Soto pode organizar o seu translado desde Cochrane, fornecer refeições na sede do Fundo San Lorenzo e serviço de transporte de carga e cavalos até o acampamento-base. Contato com a Família Soto: [email protected]; Francisco (56) 9 5680 2104; Matias (56) 9 9878 4635.

Aproximação: Desde a casa do Sr. Luis Soto, de 3 a 4 horas caminhando pelo vale do Rio San Lorenzo até o Acampamento-base De Agostini (1.000m), situado dentro de um belo bosque patagônico, onde existe um confortável refugio de madeira com fogão à lenha que pertence a Família Soto (pernoite no refugio custa cerca de 5 dólares por pessoa).

Equipamento necessário: completo de alta montanha, dois piolets, grampões, uma estaca e dois grampos de gelo por pessoa.

A Escalada:

“As formidáveis paredes que circundam o San Lorenzo, com abismos de mais de mil metros, o fazem parecer como uma gigantesca fortaleza que deseja defender seu branco e sedutor cume dos ataques dos alpinistas. Não tive entretanto toda a sensação da sua grandeza e imponência, até alcançar a parte mais alta das suas encostas.”

As palavras acima são do Padre De Agostini (1883-1960), italiano apaixonado pela Patagônia, alpinista e explorador, que deixou relatos emocionantes que até hoje inspiram os amantes das montanhas. Em 1943, após seis anos de investidas, viu seu maior sonho ser realizado, ao pisar no alto dos 3.706m de altitude do San Lorenzo.

Do acampamento-base (1.000m), seguir trilha que começa atrás do Refugio Toni Rohrer por cerca de 300m, então abandonar o bosque caindo para à esquerda, seguindo totens de pedra entre grandes seixos, para logo atravessar um rio, continuar em frente, atravessar um rio menor e então ir caindo para à direita, procurando caminho bem marcado que leva ao esporão da morena. No alto da morena, próximo a um evidente pináculo de rocha, nota-se que a morena começa a apresentar lajes de pedra, é o momento de ir em direção à direta, sempre subindo, até encontrar o glaciar.

Da entrada do glaciar, seguir em direção a um evidente colo chamado “Paso del Comedor” (1.960m), de onde se avista rumo ao sul o Ombro Norte do San Lorenzo, atrás de uma crista escarpada que o separa da Cadeia Cochrane, a parte mais baixa desta crista é a “Brecha de la Cornisa” (2.260m), que precisa ser atravessada para se ter acesso ao Glaciar Calluqueo. Justo antes de atravessar a Brecha é o local do Acampamento 1 (2.100m), alcançado de 5 a 7 horas desde o Acampamento-base.

Após atravessar a Brecha, descer o Glaciar Calluqueo mantendo-se à esquerda até ele ficar praticamente plano, não descer mais, manter a cota em direção a base de um evidente esporão rochoso (2.050m) que deve ser contornado pela direta.

Após contornar o esporão rochoso, manter a cota em travessia para à esquerda, (atenção neste ponto com as gretas), ao final das grandes gretas há uma descida, do outro lado voltar a subir em direção a uma crista nevada que desce do Ombro Norte, no alto desta crista existe um trecho plano para o Acampamento 2 (2.350m).

Do acampamento 2 subir em direção a parede nevada que se levanta entre as rochas do Ombro Norte e do Cume Noroeste. Na parte inferior da subida manter-se mais próximo do Ombro Norte, à esquerda, para facilitar a travessia de imensas gretas, depois seguir em direção a base da parede, atacando-a exatamente pelo centro. A parede tem cerca de 300m de altura e inclinação média de 45o, porém com saltos de 50o e uma saída que chega perto dos 70o de uns 10m de altura.

Após a saída da parede, não é necessário ir até o alto da crista que une o Ombro Norte (3.150m) ao Cume Noroeste (3.567m), uns 100m antes, iniciar o contorno do Cume Noroeste pelo sul (indo para a direita) – não é necessário ir até este cume, e sim contorná-lo sempre subindo, até sair à sua direta (3.500m), de onde finalmente se avista, pela primeira vez, o verdadeiro cume do San Lorenzo. Descer cerca de 200m até um amplo colo e voltar a subir em direção aos cogumelos que envolvem o cume e que variam de tamanho conforme a época e condições de neve na montanha, facilitando ou dificultando a chegada ao cume.