Escalada em: 16 de abril de 2004.

Junto com: os peruanos Carlos Zarate e Johan.

Rota percorrida: Cume Norte.

Dificuldade: AD, algo difícil, 60º.

Tempo estimado: 3 a 4 dias, após aclimatação prévia.

Época adequada: maio a outubro.

Acesso: da cidade de Aplao, no Vale de Majes, de carro 4×4 até o acampamento-base (4.750m), situado em Visca Grande.

Equipamento necessário: completo de alta montanha, botas duplas, grampões, corda.

A Escalada:

No mesmo dia que descemos do cume do Coropuna (6.425m), enfrentamos duas horas de carro para chegar até Visca Grande (4.750m) (acampamento-base).

Caminhamos cerca de 15 km, até os 5.500m, onde encontramos um lugar para acampar, no início das primeiras manchas de neve. Carlos nunca havia ido ao Solimana, assim no final da tarde fui fazer um reconhecimento do possível caminho, para que não tivéssemos muitas surpresas durante o início da escalada.

Às 4 da madrugada partimos, Carlos, eu, e também o Johan, um jovem aspirante a guia. Por uma rampa de 60º de inclinação, de aproximadamente 20 metros, acabamos subindo no alto de um extenso glaciar, e nos deparando com a grande muralha do Solimana, de uns mil e 500 metros de largura e cerca de 300m de altura. Estávamos justo do lado esquerdo da muralha, fizemos uma travessia para o lado direito, na esperança de conseguir uma passagem para o cume. Não tivemos sorte, paredões instáveis de rocha vulcânica impediam o caminho.

Resolvemos então ir para o centro da muralha, onde um largo e empinado corredor poderia ser a solução. Eu ainda estava do lado direito fazendo algumas fotos, de repente uma grande avalanche desabou pelo corredor que pretendíamos subir, quase alcançando o Carlos e o Johan, foi um grande susto, suficiente para desistirmos de tentar chegar o alto do cume sul ou principal, mas o cume norte, apenas 20 metros mais baixo, parecia acessível.

Voltamos então para o lado esquerdo da muralha e começamos a subir o cume norte por corredores com até 60 graus de inclinação. Na metade da subida nossa segurança se viu totalmente ameaçada, não só pela inclinação acentuada e a altura já perto dos 200 metros, mas pela neve que não nos oferecia nenhuma firmeza, eram placas de neve fresca, mal aderidas as camadas inferiores, que poderiam descolar se transformando em avalanches. Passamos maus momentos, mas, ainda que bem inseguros, tocamos o pontiagudo cume norte, onde mal cabíamos os três. Nada de comemorações, pois era grande a preocupação com a descida. No trecho mais vertical usamos a corda, mas toda a descida exigiu muito cuidado.