Escalada em: 19 de janeiro de 2006.

Junto com: o australiano Marty Beare.

Rota percorrida: Crista Syme.

Dificuldade: D, difícil, 60º.

Tempo estimado: uma semana.

Época adequada: dezembro e janeiro.

Acesso: de Wanaka, 250 km de carro até a Mount Cook Village (720m).

Aproximação: da Mount Cook Village, vôo de helicóptero até o Refúgio Plateau.

Equipamento necessário: completo de alta montanha e de escalada em gelo.

A Escalada:

A primeira dificuldade foi chegar até a nossa rota de escalada, a Crista Syme, pois o glaciar em sua base estava totalmente fraturado, com gretas gigantescas, algumas com mais de cinco metros de largura, dezenas de metros de profundidade e quase incontornáveis.

Partimos do Refúgio Plateau às 2h30, e depois de superar com dificuldade o labirinto formado pelas gigantescas gretas, conseguimos atingir a crista ao amanhecer por um corredor de rocha que tinha uns 80 metros de comprimento e em média 60º de inclinação. Já na crista, desfrutamos de uma escalada maravilhosa, bem exposta ao vazio, com vistas de tirar o fôlego, até próximo do alto do “Ombro”, um cume secundário que alcançamos superando uma rampa de uns 50 metros de comprimento e com cerca de 65º de inclinação.

Veio então o trecho final e mais difícil. A crista se apresentava aparentemente intransponível, mas fomos insistindo, ganhando altura devagar, ainda que bem indecisos, pois o gelo não permitia que grampos ou estacas fossem fixados com firmeza, ou seja, fomos escalando um ao lado do outro, pouco abaixo da crista, pela encosta que superava os 65º, sobre um abismo de 1.200m abaixo, sem realizar nenhuma proteção! Um escorregão seria fatal, então nos concentramos o máximo!

Quando chegamos ao cume, às 11h30 do dia 19 de janeiro de 2006, vibramos muito, e logo nos perguntamos com é que conseguiríamos descer. Tentamos primeiro a crista oposta, que é chamada de Silberhorn, por onde avançamos uns 40 metros e logo topamos com um corte vertical de gelo impossível de ser desescalado.

Resolvemos então voltar para o cume e descer pelo mesmo caminho da subida. No início deu tudo certo, mas Marty achou que seria mais rápido se fossemos até um colo próximo chamado de Engineer. Deste colo fizemos um rapel radical, com um trecho inicial de 15 metros em negativo, depois entramos em uma parede exposta às avalanches e cheia de seracs (grande blocos de gelo), foi uma descida muito nervosa, arriscada, passamos vários apuros e fomos abrigados a fazer outros dois rapeis.

Mas deu tudo certo, chegamos de volta ao refúgio às 22 horas, super cansados, mas muito, muito felizes!

Mais detalhes da escalada do Tasman em “Nova Zelândia 2006” .