Escalada em: 31 de janeiro de 2006.

Junto com: o australiano Lee Cossey.

Rota percorrida: Deep Play.

Dificuldade: “24” australiano ou 8a brasileiro.

Tempo estimado: 1 dia.

Época adequada: dezembro e janeiro.

Acesso: de Hobart, 90 km de carro até Port Arthur.

Aproximação: de Port Arthur, 40 minutos de carro até Fortescue Bay, depois caminhada de duas horas em direção ao Cabo Hauy até o Totem Pole.

Equipamento necessário: completo de escalada em rocha, jogo de camalots até o “2” e micro friends, 10 bolts plate.

A Escalada:

O Totem Pole é avistado pela primeira vez do alto de uma falésia, é preciso descer um escarpado desfiladeiro, até chegar um pouco abaixo da altura do seu cume, onde existe uma parada dupla e se arma um rapel para atingir a sua base.

No final do rapel é preciso pendular para trás, a poucos metros das águas do Mar da Tasmânia, e conseguir colocar as chapas em dois parafusos que existem na base do Totem, e depois se clipar a estas chapas (são grampos tipo “bolt plate”: uma chapa, que serve de olhal para o grampo, é encaixada na cabeça do parafuso).

E lá foi o Lee, entrando na Deep Play, a variante aberta pela Lynn Hill. Uma queda parecia ser inevitável, a rocha literalmente vertical, um pouco úmida em razão da maresia, mas Lee foi ganhando altura aos poucos, e não caiu. Colocou um micro camalot em uma fenda apertada, logo conseguiu chegar ao próximo parafuso (bolt plate) e colocar mais uma chapa, isso a uns 4 metros de onde eu me encontrava.

Dei uma relaxada, mas continuei tenso. Lee continuou esbanjando sua técnica, seguindo os bolt plate, com uma ou outra proteção móvel, até chegar ao platô que existe a 25 metros de altura, fim do primeiro esticão.

O segundo esticão (40 metros) se encontra bem equipado com chapeletas até a metade, depois é preciso usar pequenos camalots.

De novo chegava a minha vez. Meu desempenho nos primeiros dez metros do segundo esticão não foi tão bom, praticamente não existia onde se agarrar, mas depois, usando as arestas do Totem, consegui voltar a escalar bem. Nessas alturas, já na metade superior, o Totem Pole vai ficando cada vez mais estreito, ora me apoiava na aresta a minha direita, ora na aresta da esquerda! O mar lá embaixo, nos lados, atrás! O barulho forte das ondas! Que maravilha!

Cerca de dois metros do topo, Lee estava me esperando em uma bela plataforma. Assim que cheguei nos abraçamos já comemorando, mas faltavam ainda estes últimos dois metros, na verdade um bloco vertical cortado de cima a baixo por uma fenda com uns dois centímetros de largura. Mais alguns segundos e estávamos lá em cima, a 65 metros de altura das águas do Mar da Tasmânia, no cume daquele impressionante obelisco, no dia 31 de janeiro de 2006.

Mais detalhes da escalada do Totem Pole em “Austrália 2006” .