Escalada em: 03 de outubro de 2004.

Junto com: Julio Aracheski, Jair Gans e o boliviano Javier Carvallo Contreras.

Rota percorrida: Normal.

Dificuldade: F, fácil.

Tempo estimado: 1 dia, após aclimatação prévia.

Época adequada: maio a outubro.

Acesso: da vila de Quetena Chico, em carro 4×4 por antiga estrada até os 5.550m.

Equipamento necessário: básico de alta montanha, bastões de esqui.

A Escalada:

Deixamos o Lincancabur na fronteira chilena e entramos novamente no interior da Bolívia. Aproveitamos para tomar um banho nas termas que existem ao lado de uma laguna chamada Polques, termas bem rústicas, a 4.500m de altitude, na verdade uma poça com pouco mais de 30 cm de profundidade, no meio da vastidão dos Andes.

Seguimos viagem atravessando o Salar de Challviri, que tem 20 km de extensão. Nesta travessia passamos sérios apuros com o estado precário da estrada, o Challviri é um salar bem úmido, alagado em vários lugares, cruzamos três rios, muita lama e areia, o Andino quase atolou.

Passado o susto, nos vimos completamente solitários em uma paisagem extremamente desoladora. Saímos da rota “turística” que vai do Salar de Uyuni até a Laguna Verde, realizada com frequência com Jeeps 4×4. Durante todo o dia seguimos por estradas precárias e não encontramos nenhum outro veículo, somente ao final da tarde vimos sinal do ser humano ao entrar no vale do rio Quetena. Chegamos então ao nosso destino, a vila de Quentena Chico, onde vivem cerca de quatrocentas pessoas, quase todas ligadas à criação de lhamas.

Quetena Chico está a 4.200m de altitude, de lá seguimos por uma estrada abandonada de uma antiga mina de enxofre. Subimos com o Andino até os 5.542m, recorde de altitude para o nosso super caminhão.

Depois de chegar tão alto com o Andino, confesso que a escalada do Vulcão Uturunco foi fácil, mais duas horas de subida até os seus 6.008m de altitude. Lá de cima uma vista impressionante dessa região dos Andes, montanhas desprovidas de glaciares por todos os lados, apenas algumas manchas de neve quebrando a envolvente aridez de um deserto de altitude. Bem que poderíamos chamar esta parte dos Andes de “Tibete Andino” (sul da Bolívia, norte do Chile e norte da Argentina).