Expedição Topo das Américas.
Sétima expedição do Projeto Mundo Andino.
Realizada de 16 de dezembro de 2012 a 29 de janeiro de 2013, 45 dias.
Norte da Argentina e Chile.

Desde a sua interrupção, no final de 2004, não deixei de apresentar para empresas o Mundo Andino. Em 2012 me dediquei ainda mais para conseguir patrocínio para esse que é o meu maior sonho como projeto, porém sem nenhum resultado positivo, mesmo assim decidi retomar a sua execução com a Expedição Topo das Américas, graças aos recursos arrecadados nas palestras que faço para as empresas.
A Expedição Topo das Américas começou no dia 16 de dezembro de 2012, teve 45 dias de duração, percorreu 10.545 km, sendo 3.100 km por estradas de terra, areia, barro e neve, quando o paulista Pedro Hauck, a mato-grossense Silvia Bonora e eu desbravamos uma das mais áridas, inóspitas e lindas regiões de montanha do mundo, o norte dos Andes Centrais, entre a Argentina e o Chile.
O resultado foram dez montanhas escaladas em quarenta dias, desafio que só foi superado devido a um rigoroso planejamento do itinerário e a capacidade de deslocamento que nos proporcionou a “Andina”, uma pick up 4×4 que foi cuidadosamente preparada para enfrentar as piores condições, chegou a 5.280m de altitude, enfrentou 18 graus negativos, e jamais nos deixou na mão.
Infelizmente optei em não ir com o caminhão Andino, em razão de nosso orçamento apertado, equipe reduzida, mas também porque enfrentaríamos muitos trechos delicados fora de estrada. O ideal seria ir com o Andino e a Andina, assim teríamos mais autonomia, conforto e segurança.
Deixamos o Brasil por Foz do Iguaçu, cruzamos o Chaco Argentino até Província de Salta, e já em nossa terceira noite de viagem dormimos a 3.770m de altitude, em Santo Antônio de Los Cobres, lugar que escolhemos para começar a adaptar o nosso organismo ao ar rarefeito, com a escalada do Vulcão Tuzgle (5.530m). Seguimos então para o Nevado de Cachi, onde passamos o Natal escalando o Libertador General San Martin (6.380m), o mais alto dos seus nove cumes.
Resolvido o problema com a aclimatação, descansamos um dia em Cafayate e seguimos rumo a Província de Catamarca, onde fizemos uma incrível travessia por estradas precárias que não existem em mapas, graças às referencias previamente instaladas em nosso GPS. Acompanhando o Salar de Antofalla, percorremos um total de 620 Km, chegando com a Andina até os 4.900m de altitude. Nessa travessia celebramos o Ano Novo em um lugar paradisíaco completamente inóspito e escalamos três vulcões: o Antofalla (6.440m), o El Peinado (5.871m) e o Incahuasi (6.621m).
Após nos reabastecer de combustível, água e comida em Fiambala (1.800m), voltamos a subir para a Puna de Catamarca onde escalamos o Vulcão Pissis (6.795m), a 3a maior montanha das Américas. Seguimos então rumo ao sul até a Província de San Juan, onde escalamos o Mercedário (6.720m), outro colosso dos Andes, a 8a maior montanha das Américas.
Entramos então no Chile pelo passo de Água Negra (4.700m), escalamos o Las Tórtolas (6.160m) e seguimos rumo ao norte até a cidade de Copiapó, para enfrentar o Ojos del Salado (6.893m) e o Tres Cruces (6.748m), respectivamente a 2a e a 5a maiores montanhas das Américas. Cada um desses gigantes andinos foram superados em apenas três dias, graças a nossa excelente adaptação do organismo à altitude, após mais de um mês na “puna” andina, e a nossa imensa vontade de galgar às suas alturas.
Regressando para a Argentina pelo passo San Francisco (4.700m), iniciamos nosso retorno ao Brasil extremamente felizes, mas com uma imensa vontade de estar seguindo rumo a uma nova montanha, para continuar se embevecendo de todo o fascínio que nos deixou essa incrível região do Mundo Andino, marcada pela amplidão de suas paisagens, pela fuga veloz de guanacos e vicunhas, mas acima de tudo pelo intrigante fato de muitas de suas montanhas terem sido escaladas há mais de 500 anos pela civilização Inca.
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